19/09/2013

GAO retoma o caminho das conquistas

Detalhe da capa do Jornal
Novo Tempo de 27.11.82
Impulsionado pelo sucesso da boate Marshmallow  entre os jovens, o GAO retomou as atividades esportivas, após duas décadas de afastamento. O ano de 1981 foi apenas um ensaio. O time foi remontado e retomou sua caminhada no Campeonato Municipal, onde fez história vencendo em 1955, 1956, 1957 e 1958. Depois de um ano de folga, retornou a conquistá-lo em 1960, 1961 e 1962. Depois disso, uma longa parada quando os dirigentes voltaram-se à construção da sede social.
O campeonato de 1982 foi especial. Capão da Canoa estava em processo de emancipação política. Tinha um timaço, como relembra o rápido atacante do GAO, hoje vereador Roger Caputi Araújo. Diferentemente do passado, onde o clube buscava fora seus principais nomes, O GAO apostou na gurizada da cidade. Lucimar, Marcola, Lando, Juarez Rosa, Renatinho, todos surgindo no cenário esportivo, ainda buscando seu espaço formaram a base da equipe. O treinador era Roni.
O caminho para chegar ao título não foi fácil. A classificação para as finais, conquistada contra o time do Laranjeiras, só viria após a cobrança de pênaltis.  
O jogo final foi de muita luta. Um jogo difícil como sempre ocorre quando dois times talentosos se enfrentam. A Rádio Osório cobriu o acontecimento. Às 10h da manhã repórteres acompanhavam a movimentação das equipes e dos torcedores, que lotaram o Campo dos Taquarais, do GESB. 
O Jornal Novo Tempo, referência em jornalismo na região, na crônica do jogo, destaca que “o Grêmio Atlético Osoriense mostrou mais força, impondo seu jogo no início e depois se limitando a defender”. Guto marcou o  primeiro gol do jogo, ainda no primeiro tempo, aproveitando falta bem cobrada por Juarez. Roger, no segundo tempo, aproveitando boa jogada de Renatinho, fez o segundo gol para o GAO. Joaninha descontou para o Capão da Canoa. Mas a reação ficou por aí. 
A torcida do GAO coloriu de vermelho e branco o campo do GESB e ganhou um troféu da Rádio Osório. Foi, segundo a crônica, fator de grande importância  na conquista do título.
Vinte anos depois das grandes glórias, comandados pelo presidente Vilmar Pacheco e pela incansável esposa Frânei, uma nova geração começava a fazer história com a camisa do GAO.
As equipes tiveram a seguinte formação: GAO – Clairton, Neimar, Marcola, Paulinho e Fernando; Murilo, Juarez e Lucimar; Roger, Guto (Lando) e Renatinho. O CCFC jogou com Régis, Paulo Neto, Vianey, Paulo Germano (Éverton) e Tesa;  Paulinho (Macedo, depois Joaninha), Henri (Pedro Antônio) e Chiquinho; Gilmar, Sbararini e Zeca.

O significado da conquista para alguns dos campeões

Lucimar em jogo comemorativo aos
30 anos da conquista, realizado em 2012
Lucimar - "Aquele campeonato, embora não tenha sido o primeiro que eu conquistei já que tinha sido campeão pelo avenida em 1979 com apenas 16 anos foi o municipal mais importante pra mim. O GAO estava fora dos campeonatos municipais fazia um bom tempo e o Neimar teve a ideia de fazer um time para colocar o GAO novamente na vitrine do futebol Osoriense. Foi quando começou a convidar os amigos que estudavam com ele na RURAL (Clairton, Lando) e cada um convidava outros. Eu, por exemplo, levei o Juarez Rosa e o Marcola comigo e fomos formando um grupo que tornou-se forte porque além de ter tecnicamente bons atletas tinha pessoas do bem, com bons valores e com uma vontade incrível de ganhar. Não posso esquecer do Roni, nosso treinador, que tornou-se sobretudo um grande amigo. A Frânei e o Vilmar também foram fundamentais naquela conquista, pois nos tratavam como se fôssemos seus próprios filhos. Foi uma época de ouro. Inesquecível. E a base daquele time foi mesclada com o Capão da Canoa, que foi vice campeão naquele ano e em 1983 nos sagramos campeões estaduais praianos. Do GAO foram convocados (Clairton, Juarez Rosa, Marcola, Lucimar, Lando, Guto)".


Neimar Pacheco
Neimar Pacheco - “Jogar mesmo eu pouco joguei, mas correr eu corria bastante”, lembra bem humorado o DJ da Marshamallow, a boate do GAO, e esforçado lateral direito do time campeão de 1982. Neimar ressalta que era grande o esforço da diretoria e de todos os envolvidos. Seu pai, Vilmar Pacheco, então presidente do clube, era muito dinâmico e apaixonado pelo GAO e envolvia toda a família em todas as atividades realizadas   "Meu pai corria o final de semana inteiro". Destaca que, muitas vezes, o envolvimento começava na sexta, com a realização da Marshmallow, seguia no sábado com algum baile e promoção e terminava no final do domingo, após um desgastante jogo de futebol. "O time era uma grande família. Se reunia antes e depois do jogo na nossa casa".

Roger, autor de um dos gols,
hoje vereador em Osório

Roger - "Esta conquista pelo GAO, em 1982, tem um gosto especial. O nosso adversário era um timaço. Jogava o seu último Municipal em Osório, pois estava se emancipando. Capão da Canoa foi um adversário fortíssimo. Ganhar o título  foi uma das maiores alegrias que tive na vida. Foi a minha primeira conquista. A Frânei e o seu Vilmar nos acolhiam como se fôssemos da família".

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